Reescrita de publicação em 27/05/2018
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do Blog: https://taniaantoniazzi.blogspot.com/2018/05/a-importancia-do-brincar-no-dia-21-de.html
A importância do Brincar
Segundo
Fortuna (2000) a definição do jogo é inacabada, devido o paradoxo que envolve a
atividade de jogar. Em cada sociedade tenta-se fazer uma definição do jogo, e
observando, as diversas definições elas são pertinentes para cada meio social.
No contexto educacional, Fortuna (2000) discorre
que os educadores sabem da importância do jogo para o desenvolvimento infantil.
A criança através do jogo consegue evadir temporariamente da realidade dando
vazão à realização de desejos muitas vezes impossíveis de realizar.
Porém, os professores muitas vezes não conseguem desenvolver
um trabalho voltado a ludicidade, enfatizando o jogo para aprendizagem.
Segundo Fortuna, é importante o brincar quando as
crianças são sujeitos da brincadeira e não apenas expectadores. É fundamental
que a brincadeira provoque a ação e interação da criança. Ela nos fala que os brinquedos
educativos são importantes, mas é preciso abrir espaço para as crianças
brincarem sem comprometimento de estar sendo um brincar educativo/pedagógico
(referindo-se a jogos educativos). O brincar por brincar.
Ela nos fala que muitas vezes quando prolongamos a
brincadeira em sala de aula, parece que nossa consciência pesa, pensando, “eu
poderia estar adiantando conteúdos e estou deixando os alunos brincar”. Porém,
inúmeros autores destacam que o brincar de forma livre, especialmente para a
criança pequena, proporciona interações com seus pares, adultos e objetos de
forma prazerosa e enriquecedora, proporcionando-lhe diferentes possibilidades
de aprender e desenvolver-se. Ou seja, o brincar desenvolve diversas
habilidades como a inteligência, simbolismo, imaginação, emoção, criatividade.
O jogo
segundo, Huizinga (ed. orig. 1938) foi descrito como uma atividade
voluntária, exercida dentro de certos e determinados limites de tempo e espaço,
segundo regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias, dotada
de um fim em si mesma, acompanhada de um sentimento de tensão e de alegria e de
uma consciência de ser diferente da vida cotidiana (caráter fictício).
Fortuna coloca que existe muitas
diferenças sociais e o jogo e seu valor vai variar em cada sociedade.
Delimitar com exatidão o que é da conta do jogo,
brinquedo, brincadeira, ludicidade expõe a própria etimologia do jogo. É de
Huizinga, também, a ponderação de que as diferenças lingüísticas relacionam-se
com o valor social que tem o jogo em cada sociedade. A ausência de uma palavra
indo-européia comum para o jogo é um indicador do caráter tardio do surgimento
de um conceito geral de jogo. Apesar disto, diferentes línguas enfatizam os
mesmos aspectos para referirem-se à atividade lúdica: este é o caso das línguas
românicas e germânicas, em que a palavra jogo está relacionada a movimento. De
outra parte, a expressão seriedade é uma tentativa de exprimir o não-jogo, embora
o jogo possa incluir seriedade. Enquanto a palavra grega schola, antes de
significar escola, foi usada para designar ócio, depois ócio dedicado aos
estudos, a palavra latina ludus originalmente refere-se à escola, jogo,
diversão infantil. Ócio, por sua vez, do latim otiu, remete à folga, repouso,
mas também trabalho mental agradável. Na língua inglesa game sugere jogo com
regras, desempenhando uma função social, enquanto play enfatiza o aspecto
criativo do jogo. No francês, uma mesma palavra - jeu - serve de raiz para
brinquedo, brincadeira, jogo, representação. (FORTUNA, 2000, p.147)
As crianças ao brincar em sala de aula estão
desenvolvendo a socialização, formação de linguagem, linguagem corporal que tem
papel importante no desenvolvimento linguístico.
Referências
FORTUNA, T. R. Sala de aula é lugar de
brincar? In: XAVIER, M. L. M. e DALLA ZEN, M. I. H. (org.) Planejamento em
destaque: análises menos convencionais. Porto Alegre: Mediação, 2000. (Cadernos
de Educação Básica, 6) p. 147-164
HUIZINGA, J. Homo
ludens 4. ed. São Paulo: Perspectiva, 1993. (ed. orig. 1938) KEHL, M. R. Um
jogo macabro. Folha de São Paulo. São Paulo, 7 mar. 1999. Mais!
Huizinga,
J. (1999). Homo ludens: o jogo como elemento da cultura. Perspectiva: São Paulo.