segunda-feira, 18 de abril de 2016

A magia da Poesia

Monte Castelo
Renato Russo
 
Ainda que eu falasse a língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor eu nada seria

É só o amor, é só o amor
Que conhece o que é verdade
O amor é bom, não quer o mal
Não sente inveja ou se envaidece

O amor é o fogo que arde sem se ver
É ferida que dói e não se sente
É um contentamento descontente
É dor que desatina sem doer

Ainda que eu falasse a língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor eu nada seria

É um não querer mais que bem querer
É solitário andar por entre a gente
É um não contentar-se de contente
É cuidar que se ganha em se perder

É um estar-se preso por vontade
É servir a quem vence, o vencedor
É um ter com quem nos mata a lealdade
Tão contrário a si é o mesmo amor

Estou acordado e todos dormem
Todos dormem, todos dormem
Agora vejo em parte
Mas então veremos face a face

É só o amor, é só o amor
Que conhece o que é verdade

Ainda que eu falasse a língua dos homens
E falasse a língua do anjos
Sem amor eu nada seria

A relação entre poesia e música, demonstrada aqui pelo vínculo existente entre a música do grupo Legião Urbana e o poema de Camões mostra como a poesia está liga à música. Podemos sentir a geniosidade dos dois artistas.
 Renato Russo em sua música “Monte Castelo”, trás o poema de Luís de Camões “Amor é um fogo que arde sem se ver”  para nossos dias, para a juventude e com o texto bíblico  “O amor é um dom supremo” escrito pelo apóstolo Paulo à Igreja de Corinto. Há ainda a alusão do título da música a uma batalha da Segunda Guerra Mundial vencida por soldados da Força Expedicionária Brasileira, batalha na qual, apesar da vitória, ocorreu uma baixa de 1000 pracinhas.  
O autor da música, Renato Russo apropria-se de dois famosos textos sobre o “amor” e constrói, a partir deles, a sua mensagem para uma geração que, talvez, nunca tivesse acesso a esse poema de Camões, tão encantador e maravilhoso.  E aí que está a magia da poesia.


 Luís de Camões (1524-1580)

pt.wikipedia.org/wiki/Monte_Castelo_(canção)

quinta-feira, 7 de abril de 2016

               VAI TER RECREIO SIM!
Ludicidade e Educação Turma D (2016/1)
O encontro dessa semana na Interdisciplina de Ludicidade, assistimos dois vídeos e lemos um poema, fazendo referência à importância do brincar.
Um dos vídeos, com muito bom humor,  mostra a importância do recreio e como ele funciona para as crianças. O vídeo mostrava o projeto de um político para acabar com o recreio dos alunos e como os alunos reagiram. Esse vídeo me fez lembrar, uma escola de freiras, em Curitiba. A hora do recreio era monitorada por todas as professoras, cada professora  tinha que cuidar de seus alunos, era “liberdade vigiada”. Também lembro que sempre no início da aula fazíamos a oração e a diretora que era uma freira, dizia umas palavras duras em relação ao recreio, como por exemplo: “vocês sabem as crianças que ficam aleijadas em cadeira de rodas? Elas correram na hora do recreio, vocês querem isso pra vida de vocês?” Tinha alunos meus que saiam da oração chorando, apavorados com o recreio     ( e não faz tanto tempo assim, uns quatro anos).
Minha postura sempre foi bem contrária, criança precisa ter esse espaço para fazer trocas, estabelecer relações com os colegas, correr e gastar energia, porque não é fácil ficar quatro horas sentadas numa cadeira, sem poder se movimentar muito. Na hora do recreio que os laços de amizade se fortificam,  as crianças aprendem a conhecer o valor da amizade, também aprendem em quem podem confiar. Não há regras dos adultos, eles vão criando suas próprias regras e tudo isso é aprendizado é crescimento.
 O recreio é a “parte legal da escola”, como cita um menino no vídeo. Então porque não trazer essa parte legal da escola para dentro de nossa sala de aula através da ludicidade?



Sugiro como complemento  a leitura abaixo.
O Fim do Recreio (Vinícius Mazzon e Nélio Spréa, 2012)

https://www.youtube.com/watch?v=t0s1mGQxhAI&feature=youtu.be

domingo, 3 de abril de 2016

VER ou OLHAR????


Seminário Integrador III


No encontro desta semana, na Interdidciplina de Seminário Integrador III, podemos diferenciar: o ver do olhar. A princípio, parece não haver diferença, mas após o estudo, percebemos que são bem distintas e ao mesmo tempo se complementam.
Quando nos concentramos em ver algo, temos que explorar a parte física do que estamos vendo, será muito descritiva, rica em detalhes. Esses detalhes vão depender de cada pessoa, às vezes percebemos coisas que outras pessoas não percebem. Já a visão envolve todo um contexto. Até sentimentos que estão passando por nossa cabeça na hora que olhamos para uma cena, ou um objeto. Duas pessoas olhando para uma situação, ou cena podem interpretar de maneiras bem diferentes.

“É como se depois de ver fosse necessário olhar, para então, novamente ver. Há, assim, uma dinâmica, um movimento – podemos dizer - um ritmo em processo de olhar-ver. Ver e olhar se complementam, são dois movimentos do mesmo gesto que envolve sensibilidade e atenção.”                                                                   (TIBURI, 2005)





Imagens: 
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