Alfabetização
05/12/2016
Essa postagem vai fazer uma reflexão sobre a
alfabetização. Como já citei, estou afastada de sala e aula, trabalho na
Secretaria de Educação, mas sou alfabetizadora e sempre trabalhei com o 1 º
ano, séries iniciais. Este ano tive a oportunidade de aplicar as provas do ANA
(Avaliação Nacional de Alfabetização). O que me fez fazer essa reflexão foi o
quadro que me deparei nas escolas. A prova foi aplicada nos terceiros anos,
escolas estaduais e municipais. Em todas as escolas que estive, aproximadamente
50% dos alunos não sabem ler. Em alguns casos, não conseguiam nem escrever seu
nome. Não sei se podemos culpar esse método de progressão que não reprova, o
sucateamento dos professores, com baixos salários, mas uma coisa posso afirmar,
falta comprometimento dos professores, alunos e familiares.
Acredito que esses professores podem fazer mais,
eu não me conformava em deixar um aluno sair sem estar alfabetizado. Acho que
durante os 10 anos que fui alfabetizadora, rodei dois alunos no máximo. Por
isso reafirmo, falta o olhar do
professor para os alunos, saber onde está o problema, investigar, buscar a
solução com a turma, transmitir o
conhecimento.
O fracasso de muitos projetos educacionais está
no fato de desconhecer a participação dos alunos. O aluno aprende quando o
professor aprende; ambos aprendem quando pesquisam. Como diz Paulo Freire, “não
há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. Esses que-fazeres se encontram um
no corpo do outro. Enquanto ensino, continuo buscando, reprocurando. Ensino
porque busco, porque indaguei, porque indago e me indago. Pesquiso para
constatar, constatando, intervenho, intervindo educo e me educo. Pesquiso para
conhecer o que ainda não conheço e comunicar ou anunciar a novidade” (Freire,
1997, p.32).
Encerro esta postagem com duas frases de Paulo
Freire:
“A alegria não chega apenas no encontro do
achado, mas faz parte do processo da busca. E ensinar e aprender não pode
dar-se fora da procura, fora da boniteza e da alegria.”
“Amar é um ato de coragem”.
Fonte: http://www.acervo.paulofreire.org:8080/jspui/bitstream/7891/2773/1/FPF_PTPF_12_026.pdf
"O aluno aprende quando o professor aprende; ambos aprendem quando pesquisam." Concordo com você colega, ao analisar o seu blogger em relação ao eixo III e IV, me deparo com postagens de alto nível de reflexão em relação ao âmbito educacional, fato que me interessa e muito, li atentamente suas postagens, sempre com forte embasamento teórico. Imagens ilustrativas e comparações que nos fazem refletir. Certamente grande parcela do baixo índice de aprovação vem da falta de estímulo dos professores, não tirando a parcela de responsabilidade dos pais, alunos escolas e também Estado. No entanto, o professor(a) é na minha opinião o grande responsável— falta aquele olhar investigativo, àquela dedicação extra em não concordar com o conformismo; estar disposto a lutar por seus alunos. Criar estratégias de ensino e assumir sua responsabilidade como orientador.
ResponderExcluirAssumi certa vez uma turma de quarto ano (4 profissionais da área já haviam desistido daquela turma) eles não estavam alfabetizados. Minha 1 turma de séries iniciais, pois sempre trabalhei com adolescentes/ adultos. Eu consegui, alfabetizei aquela turma. Primeiro ponto: eu não desisti. segundo ponto: investiguei, analisei e entendi o tempo de cada aluno.
Um pouco mais de dedicação e resultados surpreendentes.
Parabéns colega, por suas postagens e principalmente por sua preocupação com a educação!