EJA
A alfabetização de Jovens e Adultos é uma preocupação
que vem de muito tempo e não pode ser considerada apenas no aspecto cognitivo.
Deve ser muito mais abrangente, deve estar ligada a diversos aspectos, como
expectativas desses estudantes, seus sonhos em melhorar as condições sociais. Segundo
Freire, “toda prática educativa tem como objetivo ir além de onde se está”. A educação deve provocar esses jovens e
adultos para a curiosidade, o questionamento, a aprendizagem.
A
escola configura-se como um espaço onde ocorrem diversas práticas culturais e
relações entre os processos cognitivos e os instrumentos semióticos criados
pelos seres humanos (OLIVEIRA, 1999), por tanto a inserção dos alunos da EJA
dentro do contexto escolar é fundamental para a transmissão do conhecimento.
Professores devem estar atentos as trocas que ocorrem dentro do espaço escolar.
O
processo de construção de conhecimento do jovem e adulto difere do processo das
crianças. A prática pedagógica precisa ser diferente. É preciso mostrar para o
adulto que ele ocupa um lugar social, mesmo sendo considerado como excluídos da
escola regular, sua bagagem cultural deve ser examinada e estudada para ter
mais proximidade com o meio social onde eles estão inseridos, despertar o
interesse.
Segundo,
Kohl, não existe clareza na forma de aprendizagem das pessoas oriundas de diferentes
grupos culturais. Acreditamos que pessoas com acesso a informação, terão uma
facilidade maior para desenvolver seu pensamento, estão mais abertas ao novo.
Para
ter sucesso no trabalho da EJA, os professores precisam ter atenção com a
realidade sócio cultural dos alunos, trabalhar com a realidade concreta deles,
garantindo o espaço para a socialização. Professores devem receber formação
para que as aulas sejam atrativas, pois esse aluno vem de uma jornada de
trabalho e o cansaço é um dificultador da aprendizagem.
Manter
o diálogo, ouvir os alunos, para saber seus anseios, suas dificuldades, abrir
espaço para o diálogo aumentando os vínculos afetivos.
Os alunos
precisam ser motivados e incentivados para não desistirem e abandoarem os
estudos.
Também a
gestão precisa dar apoio aos professores, através de ações de apoio e formação
para eles.
Acreditamos
que a motivação, aulas criativas, contextualizadas com a realidade dos alunos é
a chave do sucesso para os alunos progredirem e não abandonarem seus estudos.
Referências
IN: REVISTA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO SetOut/Nov/Dez 1999 n.º
12. Trabalho apresentado na XXII Reunião Anual da ANPEd, Caxambu, setembro
de 1999. (Ler sobretudo a partir da página 67 em diante, na parte referente aos
dados de pesquisa da autora).
In: Educação e Pesquisa. São
Paulo, v. 39, n. 2, p. 449-463, abr./jun. 2013.