quinta-feira, 26 de abril de 2018


EJA
 A alfabetização de Jovens e Adultos é uma preocupação que vem de muito tempo e não pode ser considerada apenas no aspecto cognitivo. Deve ser muito mais abrangente, deve estar ligada a diversos aspectos, como expectativas desses estudantes, seus sonhos em melhorar as condições sociais. Segundo Freire, “toda prática educativa tem como objetivo ir além de onde se está”.  A educação deve provocar esses jovens e adultos para a curiosidade, o questionamento, a aprendizagem.
A escola configura-se como um espaço onde ocorrem diversas práticas culturais e relações entre os processos cognitivos e os instrumentos semióticos criados pelos seres humanos (OLIVEIRA, 1999), por tanto a inserção dos alunos da EJA dentro do contexto escolar é fundamental para a transmissão do conhecimento. Professores devem estar atentos as trocas que ocorrem dentro do espaço escolar.
O processo de construção de conhecimento do jovem e adulto difere do processo das crianças. A prática pedagógica precisa ser diferente. É preciso mostrar para o adulto que ele ocupa um lugar social, mesmo sendo considerado como excluídos da escola regular, sua bagagem cultural deve ser examinada e estudada para ter mais proximidade com o meio social onde eles estão inseridos, despertar o interesse.
Segundo, Kohl, não existe clareza na forma de aprendizagem das pessoas oriundas de diferentes grupos culturais. Acreditamos que pessoas com acesso a informação, terão uma facilidade maior para desenvolver seu pensamento, estão mais abertas ao novo.
Para ter sucesso no trabalho da EJA, os professores precisam ter atenção com a realidade sócio cultural dos alunos, trabalhar com a realidade concreta deles, garantindo o espaço para a socialização. Professores devem receber formação para que as aulas sejam atrativas, pois esse aluno vem de uma jornada de trabalho e o cansaço é um dificultador da aprendizagem.
Manter o diálogo, ouvir os alunos, para saber seus anseios, suas dificuldades, abrir espaço para o diálogo aumentando os vínculos afetivos.
Os alunos precisam ser motivados e incentivados para não desistirem e abandoarem os estudos.
Também a gestão precisa dar apoio aos professores, através de ações de apoio e formação para eles.
Acreditamos que a motivação, aulas criativas, contextualizadas com a realidade dos alunos é a chave do sucesso para os alunos progredirem e não abandonarem seus estudos.



Referências
IN: REVISTA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO SetOut/Nov/Dez 1999 n.º 12. Trabalho apresentado na XXII Reunião Anual da ANPEd, Caxambu, setembro de 1999. (Ler sobretudo a partir da página 67 em diante, na parte referente aos dados de pesquisa da autora). 
In: Educação e Pesquisa. São Paulo, v. 39, n. 2, p. 449-463, abr./jun. 2013.

Um comentário:

  1. Olá, Tania, o EJA é uma modalidade que ajuda aqueles que por diversos motivos não conseguiram concluir o ensino na idade certa, também tem aqueles alunos que ficam maiores de 15 anos em anos menores que se sentem mal por estarem com alunos pequenos, e outros que precisam trabalhar durante o dia e optam por esta modalidade à noite. O que tenho percebido que tem poucos profissionais que entendem o que é ministrar aula no EJA, pois reproduzem com os adultos, às atividades que fazem com às crianças, isto deixa os adultos sem estímulo. Concordo contigo quando diz que os professores devem ser preparados para estar no EJA, para entender esta grande diferença.
    Abraços

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