segunda-feira, 24 de setembro de 2018



O mestre do impossível

O livro de Maria Cristina Kupfer. Freud e a Educação -  O mestre do impossível, traz à luz questões como o desejo de aprender, o processo da transferência e o papel do professor no processo transferencial, sendo que esses temas são abordados em uma perspectiva freudiana. O desejo de aprender sempre foi um tema que chamou bastante atenção de Freud, pois este se perguntava o que impulsionava as pessoas que sempre estavam à procura de respostas, principalmente os cientistas e as crianças.  Para Freud há um momento decisivo na vida do ser humano, é o momento da descoberta ao qual ele chama de diferença sexual anatômica. Sendo que esta descoberta implica justamente entender que, de fato alguma coisa falta, ou seja, a angústia provém de uma nova compreensão de antigas perdas, e para essa angustia de perda Freud chamou de angústia de castração. 
O livro fala sobre educação e psicanálise. A importância de articular as ideias, refletir a todo momento as ideias da psicanálise com a educação.  Segundo Freud, ser professor é uma profissão impossível, por todas as questões que envolvem a educação e o aprendizado, o que a autora rebate afirmando que impossível não é irrealizável. Nós professores sabemos muito bem que somos os profissionais considerados do impossível, mas muito pouco valorizados por toda a sociedade e lideranças governamentais. O que fazemos é por amor, dedicação e vontade de transmitir o conhecimento.

Reescrita do Blog

segunda-feira, 17 de setembro de 2018


TRANSFERÊNCIA E CONTRATRANSFERÊNCIA
O estudo da transferência e contratransferência vem da psicanálise., porém no meio escolar podemos ver que ocorre com frequência. A transferência  no contexto escolar, de acordo com Santos, (2009) ganha vida na relação professor-aluno, reeditando, no presente, os impulsos e fantasias marcados nos primeiros anos de vida, a partir das relações parentais e fraternais que foram determinantes para o sujeito na sua constituição.  Pode ocorrer quando o aluno se identifica muito com o professor, na sala de aula, e acaba confundindo com  o pai com ou com a mãe. Gostar ou desgostar de alguém que lembre outra pessoa são exemplos de transferência.
Em relação à contratransferência, que  é vivida na escola, é quando o professor desenvolve sentimentos de simpatia por um aluno em especial. Muitas vezes essa contratransferência acaba interferindo no desempenho escolar. O professor é uma figura importante na vida dos alunos, exerce um papel fundamental, exigindo-se capacidade empática.
Freud não se aprofundou muito no estudo da contratransferência.
Na escola, portanto, o professor, a exemplo do analista, e independentemente de sua ação, pode despertar afetos no aluno para além daquilo a que ele próprio tem noção conscientemente. O mesmo pode acontecer ao professor, por parte do aluno. Porque esse fenômeno pode se estabelecer nesses dois sentidos.
Freud (1914/1969), ao elaborar reflexões sobre a Educação e ao revelar sua própria experiência como estudante, diz: "é difícil dizer se o que exerceu mais influência sobre nós e teve importância maior foi a nossa preocupação pelas ciências que nos eram ensinadas ou a personalidade de nossos mestres" (p. 248). Com isso podemos observar que os alunos desenvolvem simpatias e antipatias pelo professor muitas vezes sem fundamento, na realidade elas não existem. Também podemos perceber que muitas decisões até profissionalmente podem ter sido influenciadas por nossos professores.
 Nessa perspectiva, os professores encontram simpatias e antipatias (amores e ódios) que pouco fizeram para merecer. Para muitos alunos, os professores tornam-se pessoas substitutas dos primeiros objetos de desejo e sentimentos amorosos, que eram endereçados a pais e irmãos. Cada aluno estuda as características dos seus professores e forma - ou deforma - as próprias características no contato com esses substitutos, diz Freud (1914/1969).

Freud, S. (1996). A dinâmica da transferência. Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud, vol. XII. Rio de Janeiro: Imago. (Trabalho original publicado em 1912).
Postagem do BLOG que foi reescrita
https://taniaantoniazzi.blogspot.com/2015/11/desejo-de-saber-e-transferencia-o.html

segunda-feira, 10 de setembro de 2018


Publicidade Infantil
A publicidade infantil é um mercado que vem crescendo a passos largos. As empresas já descobriram isso e utilizam diversos artifícios para vender seus produtos. Como as crianças se enquadram numa categoria de público sugestionável e fácil de convencer quando o assunto é consumir, elas acabam sendo alvo desta indústria. O Instituto Brasileiro de Defesa Consumidor Idec – considera a publicidade para o público infantil como abusiva. Eles tomam por base o artigo 37 do código de defesa do Consumidor.

Art. 37. É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva.
§ 1º É enganosa qualquer modalidade de informação ou comunicação de caráter publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo por omissão, capaz de induzir em erro o consumidor a respeito da natureza, características, qualidade, quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer outros dados sobre produtos e serviços.
§ 2º É abusiva, dentre outras a publicidade discriminatória de qualquer natureza, a que incite à violência, explore o medo ou a superstição, se aproveite da deficiência de julgamento e experiência da criança, desrespeita valores ambientais, ou que seja capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde ou segurança.
§ 3º Para os efeitos deste código, a publicidade é enganosa por omissão quando deixar de informar sobre dado essencial do produto ou serviço.
O inciso 2 faz referência a publicidade voltada ao público infantil, considera que as crianças não tem discernimento para julgar a intenção da publicidade.
Estudando o Texto de Mariângela Momo, mídia e consumo na produção da infância pós-moderna, podemos observa a crescente preocupação com a exposição das crianças a estas mídias voltadas ao consumo. Ela fez um estudo onde identificou essa influência.
De acordo com Mariângela Momo (2007, p78)
A rede midiática e de consumo em que as crianças das escolas estudadas vivem mobiliza o desejo, vende experiências humanas, estimula a imaginação, cria necessidades, padrões de exigência, significados, capital simbólico e práticas que são compartilhadas por elas. A sociedade de consumo “capacita” todos, inclusive as crianças e jovens pobres das escolas públicas por mim pesquisadas, para que sejam consumidores.
A autora já demonstra a preocupação com as crianças que passam muito tempo na frente da tevê, sendo bombardeados por propagandas que só incentivam o consumo.
Outra preocupação é com a “adultização”, processo que que as crianças têm passado nos últimos anos.  Consequência de uma nova dinâmica familiar e ao acesso precoce à tecnologia, sem controle. Podemos observar que as crianças passam pouco tempo com os pais e acabam passando muito tempo em frente da TV e computadores. Muitos comerciais tentam vender produtos apelando para essa adultização, venda de maquiagem para as meninas, por exemplo. E isso se reflete em novos comportamentos estimulados pela mídia, uma vez que são incapazes de discernir entre o que é apelo comercial e o que é conteúdo. Sendo induzidos, muitas vezes, a pratica do bullyng, erotização precoce, obesidade, comportamento agressivo, consumo desenfreado entre outros problemas derivados da exposição excessiva à mensagens mercadológicas.

Link da publicação revisada publicado em 27/10/2015

https://taniaantoniazzi.blogspot.com/2015/10/porser-um-publico-extremamente_27.html

segunda-feira, 3 de setembro de 2018


Análise das Primeiras Postagens

Lendo minhas primeiras postagens (peguei as cinco primeiras em 2015), realmente me impressionei como conseguiram me avaliar. Os textos começavam desconectados. Talvez na época estavam contextualizados com o momento, mas relendo hoje, percebo textos soltos, sem conteúdo. Mal consigo me situar, imagina alguém de fora?
Quando comecei o blog achei muito difícil escrever. No meu entendimento, escrever era considerado um dom, o qual não tinha nascido com ele. Porém depois de tantas postagens, descobri que na verdade, não é um dom e sim treinamento. Para quem não tem essa facilidade de sair escrevendo, o treinamento e a dedicação vão aperfeiçoando a escrita e melhorando a qualidade da postagem.
Outra crítica é em relação ao referencial teórico, essas primeiras postagens não faziam referência nenhuma a teoria.
Mas com o passar dos meses e a cobrança de escritas cada vez mais melhores, o resultado foi positivo. Não podemos deixar de falar que as leituras ajudaram para o conteúdo do Blog. A leitura é fundamental para praticar a escrita porque, além de exercitar a interpretação, você entra em contato com diversas formas de escrita, o que permite enriquecer a redação.