segunda-feira, 10 de setembro de 2018


Publicidade Infantil
A publicidade infantil é um mercado que vem crescendo a passos largos. As empresas já descobriram isso e utilizam diversos artifícios para vender seus produtos. Como as crianças se enquadram numa categoria de público sugestionável e fácil de convencer quando o assunto é consumir, elas acabam sendo alvo desta indústria. O Instituto Brasileiro de Defesa Consumidor Idec – considera a publicidade para o público infantil como abusiva. Eles tomam por base o artigo 37 do código de defesa do Consumidor.

Art. 37. É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva.
§ 1º É enganosa qualquer modalidade de informação ou comunicação de caráter publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo por omissão, capaz de induzir em erro o consumidor a respeito da natureza, características, qualidade, quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer outros dados sobre produtos e serviços.
§ 2º É abusiva, dentre outras a publicidade discriminatória de qualquer natureza, a que incite à violência, explore o medo ou a superstição, se aproveite da deficiência de julgamento e experiência da criança, desrespeita valores ambientais, ou que seja capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde ou segurança.
§ 3º Para os efeitos deste código, a publicidade é enganosa por omissão quando deixar de informar sobre dado essencial do produto ou serviço.
O inciso 2 faz referência a publicidade voltada ao público infantil, considera que as crianças não tem discernimento para julgar a intenção da publicidade.
Estudando o Texto de Mariângela Momo, mídia e consumo na produção da infância pós-moderna, podemos observa a crescente preocupação com a exposição das crianças a estas mídias voltadas ao consumo. Ela fez um estudo onde identificou essa influência.
De acordo com Mariângela Momo (2007, p78)
A rede midiática e de consumo em que as crianças das escolas estudadas vivem mobiliza o desejo, vende experiências humanas, estimula a imaginação, cria necessidades, padrões de exigência, significados, capital simbólico e práticas que são compartilhadas por elas. A sociedade de consumo “capacita” todos, inclusive as crianças e jovens pobres das escolas públicas por mim pesquisadas, para que sejam consumidores.
A autora já demonstra a preocupação com as crianças que passam muito tempo na frente da tevê, sendo bombardeados por propagandas que só incentivam o consumo.
Outra preocupação é com a “adultização”, processo que que as crianças têm passado nos últimos anos.  Consequência de uma nova dinâmica familiar e ao acesso precoce à tecnologia, sem controle. Podemos observar que as crianças passam pouco tempo com os pais e acabam passando muito tempo em frente da TV e computadores. Muitos comerciais tentam vender produtos apelando para essa adultização, venda de maquiagem para as meninas, por exemplo. E isso se reflete em novos comportamentos estimulados pela mídia, uma vez que são incapazes de discernir entre o que é apelo comercial e o que é conteúdo. Sendo induzidos, muitas vezes, a pratica do bullyng, erotização precoce, obesidade, comportamento agressivo, consumo desenfreado entre outros problemas derivados da exposição excessiva à mensagens mercadológicas.

Link da publicação revisada publicado em 27/10/2015

https://taniaantoniazzi.blogspot.com/2015/10/porser-um-publico-extremamente_27.html

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